CONVITE
A Ministra de Estado da Cultura, Marta Suplicy, e a Ministra de Estado-Chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci de Oliveira, convidam para o lançamento dos editais "Carmen Santos - Cinema de Mulheres 2013 - Apoio para curta e média metragem" e "Prêmio Funarte Mulheres nas Artes Visuais".
Data: 02 de julho de 2013
Local: Sala Funarte Cássia Eller
Art Inside Piola recebe obras de Karla Bratfisch
De 3 a 18 de julho, a rede de pizzaria Piola será palco das cores da artista plástica, que expõe a coleção “Pop Arte”
Paris, Nova Iorque, Londres e Lisboa, já tiveram os seus dias de “Pop Arte”. Agora, chegou a vez da cidade de São Paulo tornar-se palco das telas “Nonsense”, “Flor de Lis”, “Música 1”, “Música 2”, “70’s”, “Monday’s Work”, “Mundo Colorido”, “Flowers 1” e “Flowers 2”, da artista plástica Karla Bratfisch, que serão expostas entre os dias 3 e 18 de julho, na pizzaria Piola Jardins.
A exposição “Pop Arte” faz parte do projeto Art Inside Piola, o qual aproxima ainda mais o público visitante de mostras culturais. “Queremos dar ao espaço um aspecto especial, de vanguarda, para que todos se sintam à vontade em compartilhar bons momentos ao redor de arte e um bom jantar”, diz Karla Bratfisch, que expõe na rede italiana Piola pela primeira vez.
Para concepção desta série, a artista inspirou-se em elementos presentes no dia a dia dela, como o movimento psicodélico inserido na música (capas de CDs de Janis Joplin, Sublime e Jimi Hendrix); a natureza despercebida (pequenas pétalas de flores, árvores e a sensação de liberdade no ambiente); o tempo e o espaço (o dia, a noite e suas nuances). Como uma das inspirações de Karla Bratfisch, Andy Warhol também está presente nas cores e nas ideias.
Produtos Pop Arte
Durante a vernissage do dia 3 de julho, haverá um estande exclusivo com a linha de produtos “Pop Arte”. Lançados no mês de março, acessórios como echarpes, lenços, skins para iPhone 4S e iPad, cadernos e almofadas -- assinados e criados pela artista --, poderão ser adquiridos para aproximar as nove obras ao dia a dia dos convidados.
Artista Plástica
Natural de Campinas, interior de São Paulo, Karla Bratfisch é uma artista a qual não se prende a técnicas. Aos 21 anos, ela deixa suas mãos a guiarem pelo percurso sem rota, no branco das telas. Além das obras “Pop Arte”, expostas na Piola, as séries “Restricted”, “Woodstock”, “Devaneios”, “Woodstock”, “Caos e Cores”, “Traços Soltos”, “Nonsense” e “Pink Obsession”, já passaram por exposições no Brasil e no exterior.
Em parceria com a fotógrafa Silvia Maria, Karla, atualmente, está envolvida com o “Alma Nua”, o qual consiste em transformar o corpo de pessoas em telas vivas. O projeto é um verdadeiro convite à imersão do colorido mais íntimo, que só aparece quando a alma se desnuda.
Bebedouro recebe Circuito Sesc de Artes
Apresentações gratuitas acontecerão dia 7 de junho, na Praça Barão do Rio Branco.
Com apoio da Prefeitura chega a Bebedouro, no dia 7 de junho, mais uma Circuito Sesc de Artes. O circuito reúne uma série de apresentações artísticas gratuitas, das 17h30 às 22 h, na Praça Barão do Rio Branco.
No roteiro de Bebedouro haverá show da cantora Paula Lima; intervenção Surfluz Memelab; apresentação teatral Relampião, Cia do Miolo e Cia Paulicéia; ação circense do grupo argentino The Biosty Show`s, Esteban Hetsch e sessão de cinema com exibição do filme ‘Desligue a Tecla Mute’, com Angélica Valente e Jonathan Macías.
A programação itinerante percorre 102 cidades do interior, litoral e Grande São Paulo, no período de 7 a 23 de junho, reunindo cerca de 340 artistas nacionais e internacionais, que atuarão em 12 roteiros simultâneos de programação.
Show Beneficente Sergio Reis e Renato Teixeira 
“Unidos pelo Júlia: uma amizade sincera”
Quando: 28 de junho de 2013 (sexta-feira), a partir das 19h30
Local: Villa Flamboyant, em Bebedouro (SP)
Adesão: R$ 1.500,00 (mesa com seis lugares incluindo o jantar, bebidas, sobremesa e ingresso para o show)
Informações e reservas: (17) 3345-9106 com Srta. Lara (horário comercial)
Detalhes:
Os cantores Sergio Reis e Renato Teixeira serão as estrelas do evento “Unidos pelo Júlia: uma amizade sincera”, que acontecerá no dia 28 de junho de 2013, a partir das 19h30, no Villa Flamboyant, em Bebedouro (SP).
O evento beneficente, que tem a finalidade de arrecadar fundos para contribuir com a manutenção do hospital “Júlia Pinto Caldeira”, contemplando o ingresso para o espetáculo e um jantar com buffet e bebidas inclusas.
A proposta dos organizadores, que reúne a Prefeitura de Bebedouro e um grupo de empresários, prefeitos e lideranças da região, é unir esforços para contribuir com o hospital que é responsável pelo atendimento de emergência e internação de pacientes da cidade e mais nove municípios vizinhos (Monte Azul Paulista, Pirangi, Pitangueiras, Taiaçu, Taiúva, Taquaral, Terra Roxa, Viradouro e Vista Alegre do Alto).
Para atingir o objetivo, as adesões para o jantar serão vendidas em Bebedouro e em todas as localidades atendidas pelo Hospital “Júlia Pinto Caldeira”.
A adesão para o show, com número de ingressos limitados, será de R$ 1.500,00 para a mesa com seis lugares, com direito ao jantar incluindo as bebidas e sobremesa.
Consta também do projeto a busca por recursos de maior monta junto a pessoas físicas e jurídicas, que serão homenageadas como benfeitoras do Hospital Júlia Pinto Caldeira.

Homenagem a Noel Rosa na Estação Cultura A Estação Cultura abre espaço em 23 de maio, às 20h30, para a poesia e para a música popular brasileira, homenageando Noel Rosa. Sambista, cantor, compositor, bandolinista e violonista, Noel sabia como ninguém retratar situações cotidianas, com obras que primam pelo humor e pela veia crítica da vida. Entre elas, alguns clássicos do samba como, “Com que roupa”, “Três Apitos”, “O Orvalho Vem Caindo”, entre tantos sucessos. De acordo com a coordenadoria de Cultura, o evento abre uma programação de homenagens a compositores brasileiros a ser realizada durante todo o ano, em Bebedouro.

CAIXA CULTURAL SÃO PAULO FAZ CHOVER NO CAFEZAL

Exposição “Chove no Cafezal” apresenta série de desenhos do artista plástico Manabu Mabe realizados entre 1945 e 1959
A CAIXA Cultural São Paulo inaugura, no próximo sábado (18), a partir das 11h, a exposição “Chove no Cafezal. Mabe, da Figura à Abstração”, que reúne 30 pinturas e cinco desenhos de autoria de Manabu Mabe (1924 – 1997), realizados de 1945 a 1959, quando o artista conquistou o Prêmio de Melhor Pintor Nacional, na V Bienal de São Paulo. Com curadoria do crítico de arte Enock Sacramento, a exposição fica em cartaz até 17 de julho, com entrada franca e patrocínio da Caixa Econômica Federal.
“A exposição documenta o período de transformação da linguagem pictórica de Manabu Mabe, da figura em direção à abstração, tendência que marcou a arte brasileira no final dos anos 1950, e que teve na obra do pintor sua representação mais consistente”, assinala o curador.
Ainda segundo Enock, as obras de Mabe, expostas na CAIXA Cultural, mostram a sua evolução para um abstracionismo gestual, muito pessoal, que concilia vigor e delicadeza, oriente e ocidente, apolíneo e dionisíaco. “Trata-se de obras belíssimas, corajosas, determinadas, frutos maduros de uma sensibilidade privilegiada, verdadeira orquestração de cores, que permeia a sonoridade íntima da música de câmara e a grandiosidade de uma sinfonia”, destaca.
Biografia:
Manabu Mabe nasceu em Kumamoto, no Japão, em 1924. Migrou para o Brasil aos 10 anos, dirigindo-se com a família para as fazendas de café da região noroeste do estado de São Paulo. Foi em Lins que Mabe pensou, pela primeira vez, em se tornar pintor profissional. Aprendeu, com o fotografo e pintor Teisuke Kumassaka, a preparar a tela e diluir tintas, começando a pintar a óleo. Em 1948, tornou-se um agricultor independente, com a compra de um cafezal.
Em depoimento ao curador, concedido em 1995, Mabe relembrou a dureza do trabalho no cafezal, o que lhe deixava somente os domingos e os dias chuvosos para pintar. “Chove no Cafezal” é o nome do livro que reúne uma série de artigos autobiográficos de Manabu Mabe, publicado, na primeira metade dos anos 1990, no jornal Nihon Keizai Shimbum, de Kumamoto, Japão.
Além do Prêmio de Melhor Pintor Nacional, Mabe também ganhou o prêmio de pintura, na segunda Bienal Internacional de São Paulo (1953), e o de destaque internacional na Bienal de Paris, dentre outros.
Em 1979, várias de suas obras perderam-se no mar, quando um Boeing Cargo da Varigdesapareceu sobre o oceano, cerca de trinta minutos após a decolagem, em Tóquio. Nenhum sinal das obras, destroços ou corpos foi encontrado. É conhecido por ser o maior mistério da história da aviação, até os dias de hoje. Alguns dos quadros foram posteriormente refeitos pelo pintor. Manabu Mabe faleceu em 1997, em São Paulo, por complicações decorrentes de um transplante de rim. Suas obras encontram-se nos museus de Arte Contemporânea de São Paulo, de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Nacional de Belas Artes (RJ), de Arte Contemporânea de Boston e de Belas Artes de Dallas, entre outros.
Serviço:
Exposição: “Chove no cafezal. Mabe, da Figura à Abstração”
Abertura: 18 de maio de 2013 (sábado), a partir das 11h – com visita guiada pelo Curador
Visitação: de 18 de maio a 17 de julho de 2013
Horário de visitação: de terça-feira a domingo, das 9h às 20h
Local: CAIXA Cultural São Paulo, Praça da Sé, 111, próximo à Estação Sé do Metrô
Informações, agendamento de visitas mediadas e translado (ônibus) para escolas públicas e instituições: (11) 3321-4400
Acesso para pessoas com necessidades especiais
A incrível orquestra feita de lixo
Se você quiser fortalecer sua esperança na capacidade da humanidade em superar obstáculos, sugiro que, por alguns minutos, veja uma experiência.
É uma orquestra cujos instrumentos musicais são feitos de lixo.
Uma favela no Paraguai foi construída ao lado de um aterro sanitário – e lá nasceu uma orquestra de música clássica.
Como era de se imaginar ninguém tinha dinheiro para comprar instrumentos. Tiveram de improvisar: pegaram no lixo aos materiais para fazer os instrumentos. Não apenas fazer, mas reinventar instrumentos.
Foi uma das melhores aulas de criatividade comunitária que eu já tive em toda a minha vida.
* Publicado originalmente no site Portal Aprendiz.
(Ciclo Vivo)
IMESB recebe exposição itinerante de Carlos Drummond de Andrade
Em parceria com a Prefeitura Municipal de Bebedouro, por meio da Coordenadoria de Cultura o IMESB “Victório Cardassi” vai sediar a exposição itinerante sobre o escritor, Carlos Drummond de Andrade. A mostra faz parte do Projeto Memória, idealizado pela Fundação Banco do Brasil.
A mostra ficará exposta à visitação pública de 17 a 21 de junho, na Biblioteca da faculdade, localizada na Rua Nelson Domingos Madeira, 300- Parque Eldorado.
Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro - MG, em 31 de outubro de 1902. Filho do fazendeiro Carlos de Paula Andrade e de Julieta Augusta Drummond de Andrade. Em 1920, mudou-se para Belo Horizonte, onde deu início a sua vida literária. Formado em Farmácia, mas nunca exerceu a profissão. Casou-se com Dolores Dutra de Moraes em 1925, com quem teve sua única filha, Maria Julieta Drummond de Andrade. Faleceu em 1987, doze dias após a morte de sua filha, sua grande companheira ao longo da vida.
Sobre mais sobre o Projeto Memória www.projetomemoria.art.br.
Escritor entrega 1º exemplar ao prefeito de Bebedouro
O escritor Carlos Any esteve em Bebedouro, lançando o segundo livro da série 'Mais que vencedores', intitulado "Vencendo por meio dos Milagres", versando sobre auto-ajuda e fé. Na tarde de quinta-feira (9), o autor fez a entrega oficial do 1º exemplar ao prefeito de Bebedouro, Fernando Galvão. Carlos Any é escritor, mestre em Teologia, e proprietário da editora DHP (Dupla Honra Publicações). — com Fernando Galvão eCarlos Any Fereira Alves.
Dia do Sertanejo> 3 de maio
Aproveito para homenagear todos os cantores sertanejos, principalmente os bebedourenses
Da viola de Tonico e Tinoco ao romantismo de Paula Fernandes, a música sertaneja foi recebendo influências ao longo dos anos e se transformando Sertanejo… Música caipira, música raiz, sertanejo romântico, sertanejo universitário. Muitos são os rótulos para a música sertaneja que pode ser considerada o estilo mais eclético e que tem a capacidade de unir os mais variados sons em suas canções. Comemorado neste 3 de maio, "Dia do Sertanejo", o gênero atravessou décadas, conquistou gerações e nunca esteve tão em evidência tanto dentro quanto fora do Brasil.
Ao longo de sua história, iniciada ainda em torno de 1910, conforme o jornalista e escritor Cornélio Pires retratou em seu livro "Sambas e Cateretês", muitas foram as influências musicais que ao longo dos anos foram incorporadas ao estilo sertanejo. As primeiras duplas a se destacar no então cenário genuíno caipira foram Zico Dias & Ferrinho, Laureano & Soares, Mandi & Sorocabinha, Mariano & Caçula, Tônico & Tinoco, entre outras.
Gradualmente, as modificações melódicas e temáticas (do rural para o urbano) e a adição de novos instrumentos musicais, além da viola, consolidaram nas décadas seguintes novos estilos na música.
Ainda no início da carreira, Milionário & José Rico incorporaram o uso de elementos da tradição mexicana mariachi com floreios de violino e trompete em suas canções. Outras duplas continuavam a surgir, como Pena Branca & Xavantinho, além do cantor Tião Carreiro – que logo depois faria dupla com Pardinho e inovava ao fundir o gênero com samba e calango de roda.
Outra importa transformação no estilo aconteceu com a dupla Léo Canhoto & Robertinho, que inovou colocando o som da guitarra em suas canções. Na década de 80, os locais dos shows da música sertaneja eram originalmente o circo, alguns rodeios e principalmente as rádios AM. Já a partir da década de 1980, essa penetração estendeu-se às rádios FM e também à televisão.
Artistas como Sérgio Reis, Renato Teixeira, Trio Parada Dura, Chitãozinho & Xororó, Leandro & Leonardo, Zezé di Camargo & Luciano, Chrystian & Ralf, João Paulo & Daniel, Chico Rey & Paraná, João Mineiro & Marciano, Gian & Giovani, Rick & Renner, Gilberto & Gilmar, Roberta Miranda, entre outros começavam a se despontar com canções românticas.
Discussões à parte, foi a partir desse momento que a música sertaneja deixou de ser apenas uma forma de mostrar lindas canções que retratavam a humildade e história do homem do sertão para chamar atenção de empresários, investidores que viram na música uma forma de ganhar dinheiro com o então "Sertanejo Universitário".
(Fonte:
https://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/entretenimento/2013/05/03/no-dia-do-sertanejo-conheca-a-historia-do-estilo-musical-que-comecou-na-viola.htm)
CHARGES DE GLAUCO NA CAIXA CULTURAL SÃO PAULO
A CAIXA Cultural São Paulo inaugura, no próximo sábado (4), às 16h, a exposição inédita “Abobrinhas da Brasilônia”, do cartunista Glauco Vilas Boas (1957-2010). O traço ligeiro e econômico, com o exato equilíbrio entre a eloquência e a singeleza, foram as principais características de sua obra. A expografia faz um recorte significativo da obra de Glauco com o tempero sócio-político e cotidiano, características da personalidade desse artista que sempre subverteu a ordem por meio do riso e do questionamento provocados pela riqueza de suas personagens.
A ideia da exposição, além da homenagem ao talento desse grande cartunista, é fazer uma viagem pelos últimos 30 anos de história política no Brasil, na qual se sobrepuseram movimentos políticos e governantes que ofereceram farto material e argumentos ao olhar sensível e aguçado de Glauco. Com desenhos originais, obtidos do acervo particular da família, o público poderá conhecer parte da produção que encantou leitores de jornais, durante quase 30 anos, com tiras ácidas, piadas rápidas, traço limpo e que muito contribuiu para a modernização do projeto gráfico nas publicações brasileiras, assim como para a produção de cartuns.
A expografia foi elaborada pensando em atingir um público diverso, entre adultos, jovens e crianças. Desenhos originais, fotografias, cartuns, charges, animação e linha do tempo do artista, estarão à disposição de olhares interessados no universo mágico, que permeou a história em quadrinhos. A exposição está organizada em três momentos: apresentação, charge política e homenagens ao artista.
Na apresentação, além da linha do tempo contando um pouco da história do Glauco e da fundamentação de suas personagens, estarão expostos 30 desenhos originais do acervo da família. O segundo momento é dedicado à charge política, Abobrinhas da Brasilônia, com a exposição de 100 trabalhos de quase 30 anos de produção que cobrem os governos Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma. Por último, o visitante terá um espaço dedicado a homenagens, com painéis criados, no dia da abertura da exposição, por artistas como Angeli, Laerte, Rodrigo Chã, Ygor Marota, Ceci Soloaga, Spetto, Jaime Prades, Silvio Galvão, Binho Ribeiro, Valter Nu, Marcio Fidelis, Alan Siber, Pelicano, Inaiá Vilas Boas, Ninguém Dorme, Adão, Montanário e Boleta.
Exposição: Abobrinhas da Brasilônia – Charges de Glauco Vilas Boas
Abertura: 4 de maio de 2013 (sábado), às 16h
Visitação: de 4 de maio a 30 de junho de 2013 (de terça-feira a domingo)
Horário de visitação: das 9h às 20h
Bate-papo com Angeli e Laerte: 4 de maio de 2013, às 19h (Capacidade: 60 pessoas – inscrições por ordem de chegada)
Local: CAIXA Cultural São Paulo (Sé) - Praça da Sé, 111 - Centro - São Paulo (SP)
Informações, agendamento de visitas mediadas e translado (ônibus) para escolas públicas: (11) 3321-4400
Entrada: franca
Recomendação etária: livre
Acesso para pessoas com necessidades especiais
Patrocínio: Caixa Econômica Federal
As “células” do seu talento nunca desafinaram.
Acolheram a sua voz inesquecível , constituída de um vibrato empolgante - essa condição das vozes privilegiadas - que soa com rica expressividade, leveza e emoção.
O falsete – técnica de obter notas mais agudas com menos ou mais esforço – era outro recurso pelo qual obtinha extensões de voz impecáveis.
O câncer não sabe viver no meio elástico chamado som.
Nele, Robin é imortal.
TEBE renova parceria com a Cia. Loucos do Tarô!
O patrocínio proporcionou um investimento maior nas produções da Cia., que foi possível através dos incentivos da Lei Rouanet.
Completando 4 anos de parceria, a Concessionária de Rodovias TEBE renova a parceria com à Cia. Loucos do Tarô, que, iniciada em 2010, proporcionou a divulgação da empresa no polo cultural paulistano através das temporadas dos espetáculos "Lisbela e o Prisioneiro", "M." , "A Menina que Brilha" e "Sonho", tendo este último sido apresentado em Bebedouro, cidade sede da Concessionária.
"Sem duvida nenhuma, o patrocínio da TEBE foi a principal ponte para investirmos mais em produção, o que proporcionou um salto na qualidade dos nossos espetáculos", Cal Titanero, ator fundador da Cia. Loucos do Tarô.
A TEBE possui um grande envolvimento no processo de desenvolvimento econômico e social, que inclui trabalhos nas áreas de cultura, educação, meio ambiente e desenvolvimento social.
"Acreditamos no trabalho desenvolvido pela Cia. Loucos do Tarô e ficamos muito satisfeitos em ver esses jovens talentos produzindo obras de qualidade e demonstrando engajamento social. Renovar esta parceria é para nós motivo de satisfação em poder contribuir para o desenvolvimento sócio cultural em nosso país", afirma Antônio Carlos Chinelato, Diretor-presidente da TEBE.
Para obter outras informações sobre o programa de concessão na área administrada pela TEBE, acessar a galeria de fotos, conhecer os projetos sócio-educativos e sócio- ambientais, a localização e os valores cobrados nas praças de pedágio, obras realizadas e em andamento e serviços disponíveis aos usuários e projetos mantidos pela concessionária acesse o site www.tebe.com.br.
A TEBE também está com perfis nas redes sociais. No Facebook, o usuário pode se cadastrar "curtindo" a fan-page Concessionária de Rodovias TEBE S/A [www.facebook.com/Rodovias.TEBE]. No Twitter, basta seguir o perfil @TEBE_Rodovias
Pesquisador da Unicamp lança álbum com obras de compositores paulistas
10/01/2013
Agência FAPESP – O violonista Fabio Scarduelli, pesquisador e docente colaborador do Instituto de Artes (IA) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), está lançando um álbum com obras dos compositores paulistas Almeida Prado (1943-2010), Camargo Guarnieri (1907-1993) e Edson Tadeu Ortolan (1958).
Música Paulista para Violão é o primeiro disco solo do violonista. “É uma extensão das minhas pesquisas. É um disco para violão solo, puramente instrumental”, disse ao portal da Unicamp Scarduelli, bolsista de pós-doutorado da FAPESP.
Em seu doutorado, revisou e recuperou os manuscritos de Khamailéon (Camaleão), a primeira obra para violão do compositor Almeida Prado, que também foi professor da Unicamp. Ela foi escrita em 1970, em Paris, quando Almeida Prado estudava com o compositor francês Olivier Messiaen (1908-1992).
“O Almeida Prado foi professor do Edson Ortolan e aluno do Camargo Guarnieri. Algumas obras do disco são da corrente nacionalista e outras são mais de vanguardas, experimentais. A corrente do Camargo Guarnieri é mais nacionalista e o Almeida Prado, como estudou na Europa, avança um pouco mais, trazendo algumas obras de vanguarda”, disse Scarduelli.
O concerto oficial de lançamento está previsto para março. Mais informações sobre o músico e o álbum podem ser obtidas em: https://fabioscarduelli.com.br
Planos que não saíram do papel
10/01/2013
Por José Tadeu Arantes
Agência FAPESP – Manter a integridade de um território com dimensões continentais e alargar ainda mais suas fronteiras foram duas metas gêmeas das elites político-econômicas brasileiras do Período Imperial.
Os planos de viação elaborados durante o Segundo Reinado – planos que, projetando colocar em contato os pontos mais distantes do gigantesco território, objetivavam integrar efetivamente a economia brasileira ao mercado mundial e consolidar o Estado nacional centralizado, mas que não chegaram a sair do papel – dão bem uma ideia das ambiguidades dessas mesmas elites.
Idealizados por engenheiros de perfil modernizador, fascinados pelas transformações capitalistas em curso na Europa e nos Estados Unidos, esses planos tiveram suas efetivações abortadas, em grande parte devido às resistências de elites agrárias, que queriam, sim, o conforto do telégrafo, mas sem abrir mão do trabalhador escravizado. E as consequências desses abortos se fazem sentir até hoje.
A peculiaridade do tema – histórico, mas, ao mesmo tempo, muito incidente no cenário atual – é um dos fatores que legitimam o seu tratamento com o olhar e as ferramentas conceituais do geógrafo.
Foi o que fez Manoel Fernandes de Sousa Neto, professor do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), em sua tese de douramento, defendida na USP em 2004, e agora publicado como livro com apoio da FAPESP.
Em Planos para o Impérios: Os planos de viação do Segundo Reinado (1869-1889), Sousa Neto considera a influência do passado colonial na estruturação do território brasileiro; enfatiza a fragilidade do Estado centralizado durante o Período Imperial, evidenciada na Guerra contra o Paraguai; e aborda em detalhes cinco planos de viação elaborados nas duas décadas compreendidas entre 1869 e 1889 – os ímpetos modernizadores que os inspiraram e as resistências conservadoras que os fizeram virar letra morta.
Além da resistência oligárquica, por que esses planos fracassaram? “Em primeiro lugar, porque o projeto não era mesmo modernizar o país e incorporar todo o território à lógica capitalista de rápida circulação de capitais, mercadoria e pessoas, mas manter um vasto fundo territorial para a incorporação futura, sob a égide das frações da burguesia agrária”, responde Sousa Neto.
“Depois, havia o problema da dimensão física do território e das dificuldades impressas na própria natureza, como a topografia acidentada de algumas regiões, áreas alagáveis de grande extensão e florestas fechadas, que reclamavam investimentos vultosos e soluções técnicas fabulosas no campo da engenharia”, prossegue o geógrafo.
“Por fim, é preciso considerar que o território não era um espaço vazio. Mas, sim, muito habitado por diversas nações indígenas, que resistiram há muitos dos projetos de modernização propostos pelo capitalismo, antes e depois daquele período histórico”, diz.
Como, além da navegação fluvial, esses planos propunham principalmente a construção de estradas de ferro, que constituíam a opção tecnológica disponível na época, é interessante comparar aqui – embora este não tenha sido um objetivo do livro – a extensão das redes ferroviárias do Brasil e da Índia, dois países outrora classificados como “subdesenvolvidos” e que hoje integram o rol das chamadas “economias emergentes”.
Com uma área terrestre de 2.973.193 km2, a Índia possuía, em 2009, 63.974 km de estradas de ferro, em grande parte instaladas durante o período do domínio colonial britânico. Aproximadamente na mesma época, em 2008, o Brasil, com 8.459.417 km2 de área terrestre, quase o triplo da área indiana, tinha 28.538 km de estradas de ferro (CIA The World Factbook, 10/10/2012).
Houve, posteriormente, uma modestíssima expansão da rede ferroviária brasileira, que chegou, em 2012, a 28.692 km (Agência Nacional de Transportes Terrestres, agosto de 2012).
Quais foram as principais consequências dessa não efetivação dos projetos viários brasileiros? “Muitas. Os setores ligados à exploração mineral e ao agro-hidro-negócio, por exemplo, querem sistemas viários complexos para as áreas ocidentais do país, para escoar o que se produz ao custo de destruição ambiental e para exportar a preços competitivos, já que os custos com transportes afetam diretamente as margens de lucro”, afirma Sousa Neto.
“O livro vê os planos elaborados no Período Imperial não apenas como planos de viação, mas como projetos para o país. O interesse da obra foi buscar compreender que projetos estavam em jogo e como eles sofreram mudanças ou tem soluções de continuidade ainda hoje”, completa.
Novo feminismo sobe pelas paredes no Brasil
por Fabiana Frayssinet, da IPS
Foto: Divulgação/Internet
Rio de Janeiro, Brasil, 8/1/2013 – Anarkia Boladona faz das paredes das ruas brasileiras um instrumento contra a violência doméstica. Autodefinida como “grafiteira político-feminista”, a artista representa uma nova corrente pelos direitos das mulheres, que busca linguagens menos acadêmicas, mais ousadas e populares. A entrevista acontece em movimento. Boladona, nascida como Panmela Castro, está pintando um mural diante de uma escola municipal do subúrbio do Rio de Janeiro, junto com outras jovens.
Mas, ao contrário do passado, quando começou a pintar paredes como pichadora, agora as autoridades a apoiam. “Já tinha o costume de escrever nas ruas desde adolescente, e depois comecei a desenhar. Quando passei para o desenho vi que as pessoas gostavam e comentavam no dia seguinte”, contou à IPS.
Boladona começou a pintar paredes “por indignação” até descobrir que podia utilizar seus desenhos para “contribuir com algo” que servisse à comunidade, um subúrbio pobre do Rio de Janeiro. “Por ser de uma família de mulheres, uma das temáticas que percebia era a da violência contra a mulher. Sempre esteve muito presente em minha vida, por minhas irmãs, minhas primas, minhas tias”, recordou.
A transição para o que chama de “feminismo político-grafiteiro” também teve a ver com sua origem familiar. Mulheres “influenciadas pela revolução feminista dos anos 1970”, acrescentando que, “ao mesmo tempo em que estavam presas ao casamento e ao patriarcado, eram mulheres que entendiam que tudo caminhava para ser diferente. Eu e minhas primas fomos criadas de uma forma diferente delas”. A educação foi diferente, e o caminho escolhido para lutar pelos direitos das mulheres também.
Hoje, aos 31 anos, se sente parte do feminismo de uma nova geração. “Creio que as feministas antigas tinham que ser muito radicais para romper os estereótipos. Por isto, tinham esses conceitos fortes, como o de não explorar o corpo nem a imagem do corpo”, afirmou. Tendo lutado no passado por um mundo “sem sutiã”, hoje estas novas feministas não duvidam em tirá-lo para defender uma boa causa por seus direitos.
“Avançamos tanto que nossa luta não é mais, por exemplo, para não explorar a imagem do corpo, mas para usar nosso corpo da maneira que queremos, ainda que o expondo. Temos a opção de trabalhar com nosso cérebro, com nosso corpo, da maneira que nos der vontade”, ressaltou Boladona. A artista escolheu trabalhar com sua arte com paredes como seu instrumento. E as utiliza para retratar os dramas sofridos por milhões de mulheres. Às vezes, a pintura começa com uma representação teatral. O mural que está fazendo é um protesto contra violência contra a mulher. Um número de telefone lhes indica para onde ligar e pedir ajuda.
A lei Maria da Penha, aprovada em 2006 para combater a violência doméstica e familiar contra a mulher, aumentou o rigor das penas, até chegar à de prisão. Um informe do Instituto Sangari indica que no Brasil uma mulher apanha a cada cinco minutos, sendo que em 70% dos casos os responsáveis são noivos, maridos, ex-companheiros ou familiares.
Os temas dos murais de Anarkia Boladona não se esgotam. Um mundo mítico feminino de flores, libélulas, Evas, bruxas apelando por um mundo com igualdade de direitos trabalhistas, culturais, e de liberdade sexual. “Luto principalmente pela igualdade de gênero. Que as mulheres tenham os mesmos direitos que os homens e, quando digo direitos não é apenas na lei. É um direito de igualdade cultural também”, ressaltou.
Silvana Coelho, de 23 anos, participa do mural. Dentro de um ambiente considerado revolucionário como o dos grafiteiros, aprendeu do que se trata essa luta cultural. “É um mundo de homens. Eu sofria muito assédio dos próprios artistas. Às vezes, me chamavam para pintar já com segundas intenções. Mas eu me revoltava e dizia a eles que sou artista da rua, não sou dessas mulheres da rua, estou aqui para fazer minha arte”, contou à IPS.
Enquanto a pintura do mural avança, aumenta a curiosidade entre homens e mulheres. Um grupo de senhoras, que se orgulha de ter, em média, mais de 90 anos, aprova a obra. “Antes era muito difícil um homem bater em uma mulher. Agora há homens que além de tirar o dinheiro de sua companheira também batem nela”, disse a aposentada Francisca de Oliveira, de 92 anos.
Um avô com suas duas netas também observa a obra. “Há pessoas que usam esta arte para denegrir, desmoralizar. Por outro lado, a arte destas moças levanta, faz refletir, educa, e isso na rua, ou seja, é acessível a todos”, diz o gráfico Mauro Torres. “É importante porque há pessoas que maltratam as mulheres”, diz sua neta Ingrid da Costa, de nove anos. A menina é parte de uma geração que, segundo Anarkia Boladona, hoje vive novas temáticas feministas.
Uma preocupação da artista é que, assim como no passado a luta era a liberdade sexual, hoje as pré-adolescentes e adolescentes da forte “cultura do bailes funk” das favelas se sentem obrigadas a manter relações sexuais porque, “do contrário, seus namorados as deixam por outras”. Segundo Boladona, “há uma inversão de papéis. Antes, a obrigação era manter a virgindade. Hoje, a obrigação é não ser mais virgem”.
Às vezes, as paredes não bastam para abordar tantos temas. Por isto, Boladona criou uma organização chamada Nami (mina, com as sílabas invertidas, gíria para mulher), que usa as artes urbanas para promover o direito das mulheres, especialmente das mais pobres. Daniele Kitty, estudante de arte e vice-presidente da Nami, teve que enfrentar seus pais por não aceitarem que “uma mulher fique pintando por aí”. E explicou que, “na verdade, estou aqui, como vocês veem, fazendo um trabalho”.
Trata-se de um trabalho que a Nami usa para aproximar-se das mulheres que não têm acesso nem a um jornal. “Não se pode ignorar um mural como este. Acaba sendo quase uma mensagem comercial na televisão. Uma mensagem subliminar que de tanto alguém ver e rever ao passar por ela acaba não se esquecendo”, afirmou a artista. O mural em questão pede “o fim da violência contra a mulher”. Uma flor, pintada por Silvana o complementa. “A mulher é sagrada, uma flor que se deve ter o cuidado de não machucar. É preciso regá-la com água, e também com amor”, afirmou. Envolverde/IPS
(IPS)
Estudo investiga o "reconhecimento" na poesia grega
09/01/2013
Por José Tadeu Arantes
Agência FAPESP – O reconhecimento e o autorreconhecimento, isto é, a descoberta da identidade, do outro ou de si mesmo, são temas recorrentes na mitologia, no folclore e na literatura – tão antigos quanto os primeiros épicos e tão atuais quanto as mais recentes produções televisivas.
Já no Mahabharata, a milenar epopeia indiana, que descreve a grande guerra entre os Pandavas e os Kauravas – duas famílias principescas unidas pelos laços de sangue, mas antagonizadas pela conduta moral –, um dos personagens centrais luta a guerra toda do lado errado por desconhecer sua verdadeira identidade, que só lhe é revelada tardiamente.
O livro Cenas de reconhecimento na poesia grega, lançado recentemente por Adriane da Silva Duarte, professora de língua e literatura grega na Universidade de São Paulo, é todo dedicado às cenas de reconhecimento na poesia grega, arcaica e clássica. A obra teve apoio da FAPESP para publicação.
Originalmente uma tese de livre-docência, o livro tem por eixo o conceito de anagnórisis (reconhecimento), tal como foi definido na Poética de Aristóteles. E, ao lado da leitura teórica do texto aristotélico e de seus principais comentadores, investiga as antológicas cenas de reconhecimento que aparecem nos grandes épicos de Homero – Ilíada e Odisseia –, nas tragédias de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes, e nas comédias de Aristófanes e Menandro.
“Além de ser um recurso estruturador da narrativa, capaz de promover o desenlace de um conflito e dotado de grande apelo emocional, sua vasta presença, igualmente atestada nos mitos, sugere que o reconhecimento seja antes uma resposta às inquietações do homem acerca de sua origem e de sua identidade”, escreveu a autora.
Por certo o caso mais famoso de reconhecimento na tragédia grega, magistralmente explorado por Sófocles, é o de Édipo, o príncipe de Tebas, que, por ignorar sua verdadeira identidade, mata o pai, Laio, e se casa com a mãe, Jocasta, com quem tem quatro filhos. Ao reconhecer como pai o homem que matou e como mãe a mulher que desposou, Édipo fura os próprios olhos – “para não ter que contemplar as consequências de ser quem é”, explicou Duarte.
A trama, como se sabe, impressionou profundamente Freud (1856-1939), que fez do chamado “Complexo de Édipo”, que considerou universal, o mecanismo fundamental da psicanálise.
A recorrência do tema
“Enquanto elemento de poética, a anagnórisis tem uma longa história, alcançando os nossos dias, e manifestando-se na literatura, no cinema e em outras formas culturais”, disse Duarte.
No livro, ela menciona o fato de o termo “reconhecimento” ser hoje de uso corrente no universo jurídico, quando se fala em “reconhecimento de uma prova”, “reconhecimento de um cadáver” ou “reconhecimento da paternidade”.
Mas seu estudo concentra o foco, criteriosamente, na poesia grega. “Procurei explorar o conceito a partir da perspectiva aristotélica, que restringe o reconhecimento à identificação entre indivíduos. Exclui da análise, portanto, os casos em que um personagem reconhece um erro ou uma verdade – embora Édipo, além de reconhecer que Jocasta é sua mãe, toma consciência de quem de fato é”, disse Duarte.
E por que um tema tão antigo, ambientado em sociedades em tudo diferentes da atual, continua reverberando intensamente no mundo contemporâneo? “Entendo a permanência do motivo como uma resposta à nossa necessidade de saber quem somos e, assim, orientarmos nosso comportamento em sociedade”, disse.
“Hoje, a ideia do auto(re)conhecimento tem um apelo muito forte por conta do impacto da psicanálise. Pressupõe-se que o indivíduo nunca é passível de reconhecimento pleno, nem pelos outros, nem por si próprio, havendo camadas ocultas da psique que eclodirão um dia. É o mito do Dr. Jekyll e Mr. Hyde, o médico e o monstro. Assim, se na Antiguidade o reconhecimento estava mais em função do outro (e da relação que estabelecemos com ele), hoje ele se centra mais no eu”, destacou a autora.
Há exatos 25 anos, em 4 de janeiro de 1988, morria o cartunista, jornalista e escritor brasileiro Henrique de Sousa Filho, mais conhecido como Henfil, uma das figuras mais emblemáticas entre aqueles que, no campo cultural, combateram a ditadura militar entre 1964 e 1985.
Assim como outros dois de seus irmãos (o sociólogo Betinho e o músico Chico Mário), Henfil herdou da mãe a hemofilia. Após uma transfusão de sangue acabou contraindo o vírus da AIDS. Ele faleceu vítima das complicações da doença no auge de sua carreira, com seu trabalho aparecendo nas principais revistas brasileiras.
Henfil morreu pouco antes de completar 44 anos. Nesta importante data, o Portal CTB relembra a importância do cartunista, chamado por alguns de “guerrilheiro do cartum”.
PROJETO CONTEMPLADO PELA CAIXA RECEBE PRÊMIO INTERNACIONAL DE DUBAI
Iniciativa para preservação da água foi vencedora no Programa CAIXA Melhores Práticas em Gestão Local 2011/2012
A iniciativa brasileira vencedora do Prêmio Internacional de Dubai, deste ano, já tinha havia sido premiada pelo Programa CAIXA Melhores Práticas em Gestão Local. O projeto contemplado foi o Conservador das Águas, realizado no município de Extrema (MG), que tem como compromisso o cuidado com a água e o zelo com o meio ambiente. A prática recebeu a premiação da CAIXA na edição de 2011/2012, que valorizou ações inclusivas, inovadoras e sustentáveis no Brasil, das quais o banco participa como entidade financiadora, de repasse de recursos e/ou como parceira para apoio técnico.
O Prêmio Internacional de Dubai é reconhecido mundialmente por estimular experiências para melhoria das condições de vida nos assentamentos humanos. Este ano, o concurso recebeu cerca de 360 projetos, inscritos por diversos países, sendo 30 pelo Brasil. A CAIXA inscreveu os 20 projetos consagrados pelo Prêmio CAIXA Melhores Práticas de Gestão Local 2011/2012, e sete deles ficaram entre as 48 melhores práticas no mundo.
As práticas finalistas foram avaliadas por um júri final, no qual foram observados critérios de impacto, sustentabilidade e parceria, potencial de inovação, replicação e contribuição para a promoção da igualdade de gênero e inclusão social. A premiação contemplou 12 projetos, que receberão troféu, certificado e US$ 30 mil no início de 2013.
Conservador das Águas:
Em agosto de 2007, o município de Extrema (MG), localizado a 100 km de São Paulo, lançou, oficialmente, o projeto Conservador das Águas, com o objetivode fomentar a preservação de mananciais e nascentes, naquela cidade.
A iniciativa, pioneira no Brasil, e que faz parte do Programa“Produtor de Água” da Agência Nacional de Águas (ANA), se baseia no princípio do “Pagamento por Serviços Ambientais”(PSA) e, nesse caso, o proprietário de terras, onde se localizam mananciais de abastecimento, recebe um pagamento pela preservação do local, passando a ser um“produtor de água”.
O pagamento é feito mediante a recuperação e proteção das áreas próximas a nascentes e cursosd’água (matas ciliares), de acordo com a extensão da área preservada, e com valores pré-fixados, para recuperação do solo (controle de erosão), cobertura vegetal e saneamento ambiental. Os recursos para estes pagamentos são provenientes da “cobrança pelo uso da água”, de convênios com entidades públicas e outras instituições, e do plano plurianual do município.
Programa CAIXA Melhores Práticas:
O Programa CAIXA Melhores Práticas em Gestão Local é inspirado no “Best Practices and Local Leadership Programme”, da Organização das Nações Unidas (ONU), e visa identificar, documentar, selecionar, premiar e divulgar as melhores experiências de gestão local do país, em categorias diversas como: habitação, saneamento, meio ambiente, gestão urbana e desenvolvimento social, e inclusão social, entre outras.
Criado em 1999, o programa é voltado para todos os agentes sociais com potencial de influir no processo de mudança da sociedade, induzindo à melhoria da qualidade de vida da população: poder público, nas esferas municipal, estadual e federal; setor privado; organizações não-governamentais; associações; movimentos sociais; entidades acadêmicas; técnicos e gestores do próprio banco, e outros.
27/12/2012
Assessoria de Imprensa da CAIXA
Rede CIC de Pontos de Cultura em ação
Equipe da RRSP participa de capacitação para candidatos a Ponto de Cultura
O Ministério da Cultura e o Consórcio Intermunicipal Culturando- CIC, do qual participam dezoito municípios paulistas, deram início ao processo de seleção da Rede CIC, que será composta por quarenta Pontos de Cultura. O Edital de Seleção de Pontos de Cultura está aberto para instituições com sede nos municípios de Araçatuba, Ariranha, Barretos, Cajobi, Colômbia, Guariba, Guaraci, Jaboticabal, Monte Alto, Matão, Monte Azul Paulista, Pontal, Pirangi, Orlândia, Serra Azul, Sertãozinho, Vista Alegre do Alto e Viradouro. O montante total de investimentos na ação é de R$7.200.000,00, sendo R$ 4.800.000,00 aportados pelo Ministério da Cultura e R$ 2.400.000,00 de contrapartida dos municípios consorciados.
No ultimo dia 13, para apresentar o projeto Cultura Viva, sanar dúvidas dos proponentes e dos gestores municipais bem como divulgar a oportunidade junto aos fazedores de cultura daquela região, a direção do Consórcio Culturando e a equipe da Representação Regional São Paulo do MinC- RRSP realizaram um encontro regional. A atividade ocorreu na Casa de Cultura de Matão, contou com a presença de diversos secretários municipais e muitas organizações da sociedade civil. Antes do início dos debates, a equipe do Consórcio Culturando entregou a todas as instituições presentes um kit com alguns documentos imprescindíveis aos proponentes: o Edital, formulários, modelos preenchidos, etc.
Anfitrião da atividade, o Secretário Municipal de Educação e Cultura de Matão, Alexandre de Freitas, saudou e agradeceu a presença dos participantes lembrando que “foi através do trabalho do Consórcio que recebemos agentes de leitura, que podemos ter Pontos de Cultura e Pontos de Leitura”. “Quero parabenizar o MinC pois atuo na área há muitos anos e nunca vi tanta proximidade com as cidades do interior. Hoje temos uma relação forte e próxima e antes ela nem existia. Vemos as pessoas se mobilizando, vindo de outras cidades para desenvolvermos a cultura na região. Estamos animados e com as melhores expectativas”, afirmou Alexandre.

Valério apresenta os objetivos do programa e orienta os candidatos
Valério Bemfica, chefe da RRSP, apresentou o Cultura Viva, “este é um programa da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura e visa apoiar ações culturais das comunidades, construindo uma parceria entre o Estado e a sociedade para potencializar e reconhecer as pessoas e as entidades que fazem a nossa riqueza”. Bemfica também apresentou as principais recomendações do MinC para os proponentes, mostrou os formulários e orientou os presentes com relação ao seu preenchimento, falou sobre as principais falhas e equívocos cometidos pela sociedade civil neste tipo de parceria. Os presentes apresentaram suas dúvidas, que foram respondidas, garantindo que a oportunidade fosse proveitosa.
Daniel Tercino, do Culturando, entrega a Bemfica convite para Prêmio
Prêmio Culturando 2012– Ao final dos debates aconteceu uma Assembléia Geral do Consórcio Intermunicipal Culturando. Na abertura da atividade, o Secretário Executivo da entidade, Edemilson do Vale (Sete), anunciou a indicação do representante do MinC para o Prêmio. “A cada dois anos homenageamos aqueles que nos apoiam, que contribuem com o desenvolvimento da cultura, em especial do interior paulista. Valério atendeu a todos os nossos convites, veio, rodou o nosso interior, está presente, independente de questões partidárias, é um parceiro que merece a indicação”, afirmou Sete. A solenidade de premiação acontecerá no próximo dia 21, no espaço Vivace, município de Monte Alto. Aqueles que tiverem interesse em participar devem procurar a Associação Gestão Cultural no Interior Paulista- AGCIP (www.agcip.org.br).
Saiba mais sobre os Pontos de Cultura:
Ponto de Cultura – Agrega agentes culturais que articulam e impulsionam um conjunto de ações em suas comunidades, e destas entre si. O Ponto de Cultura não tem um modelo único, nem de instalações físicas, nem de programação ou atividade. Um aspecto comum a todos é a transversalidade da cultura e a gestão compartilhada entre poder público e comunidade. O Ponto de Cultura deve funcionar respeitando a dinâmica própria local.
Dilma sanciona projeto que cria o Vale-Cultura: trabalhadores contarão, a partir do 2º semestre de 2013, com R$ 50 mensais para bens de cultura
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A presidenta Dilma Rousseff, ao lado da ministra da Cultura Marta Suplicy, sancionou hoje (27) no Palácio do Planalto, a lei que cria o Vale-Cultura. A partir da sanção, abre-se prazo de 180 dias para regulamentação da nova lei. No segundo semestre de 2013, o Vale-Cultura já deverá estar em uso para aquisição de produtos culturais. Na prática, o Vale-Cultura será parecido com o Vale-Transporte ou o Vale-Refeição. O trabalhador receberá um cartão magnético, complementar ao salário, que poderá utilizar para entrar em teatros, cinemas, comprar livros, CDs e consumir outros produtos culturais. Durante a cerimônia, a ministra Marta Suplicy destacou que o Vale-Cultura é um alimento para a alma e lembrou ainda que “o trabalhador terá liberdade de escolha e poderá usar o benefício como quiser”.
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Marcelo Pardini lança o segundo livro de poesia
“100 Poemas – A beleza da vida está no amor e na superação”, cujo tema central traz a felicidade, é a mais recente obra do jovem jornalista e leiloeiro
Com lançamento marcado para o próximo sábado, dia 22, o segundo livro de poesia do jornalista e leiloeiro rural Marcelo Pardini - “100 Poemas – A beleza da vida está no amor e na superação” (Iglu Editora/2012), promete ser mais um sucesso de venda. A noite de autógrafos acontecerá no Espaço do Conhecimento Dom Luccio, em Botucatu/SP, das 18 às 21 horas.
Em maio do ano passado, Pardini lançou “Rimas & Versos – Minha vida em prosa, causos e devaneios”, obra que chegou à expressiva marca de 1.200 exemplares vendidos. “Apesar de terem o mesmo estilo, os dois livros são bem diferentes, pois foram produzidos em fases totalmente distintas. O primeiro traz escritos variados, tendo, inclusive, trovas de quando eu tinha 15 anos de idade e trabalhava como locutor de rodeio. Já o segundo foi produzido ao longo dos últimos 12 meses, quando atingi a maturidade dos 30 anos”, diz o autor.
Jornalista, pós-graduado em Marketing, Pardini é um homem apaixonado pela Comunicação. Amante das belezas do campo, ele desde cedo aprendeu na lida da fazenda o respeito para com a Natureza, os homens e os animais. O slogan de sua empresa, que atua em cinco frentes de trabalho no meio rural, é “Excelência nos serviços. Amor ao Agronegócio!”. Tais premissas são inerentes a ele - homem de reputação ilibada e conduta reta.
Sistemático, obstinado e empreendedor, Pardini trabalha com amor e dedicação, primando pela qualidade, sendo um declarado amante da vida. Com talento e competência, ele também publicou “Cenários Comunicativos” (Iglu Editora/2009) - um resumo de sua monografia da pós-graduação, e o tão aplaudido “Rimas & Versos”, dois anos depois.
CAIXA CULTURAL SP APRESENTA A EXPOSIÇÃO MIKRON
Paulo Sayeg pinta, ao vivo, parede da galeria da CAIXA Cultural São Paulo no dia da abertura da mostra
A CAIXA Cultural São Paulo inaugura no dia 15 de dezembro a exposição Paulo Sayeg – Mikron, com cerca de 200 desenhos de pequeno formato e três telas, em grande dimensão, além de pintar uma parede do espaço do espaço cultural, ao vivo. O artista utiliza técnicas de desenho com bico de pena, aquarela e têmpera (onde os pigmentos ou corantes podem ser misturados com algum aglutinante). Essas peças traduzem o domínio da técnica e a intimidade da obra tal como a entendemos, um desenho dando origem a outros desenhos; não é uma exposição de uma série, mas uma mostra de como se produz a mesma. A mostra que segue até o dia 24 de fevereiro de 2012, possui entrada gratuita e é patrocinada pela Caixa Econômica Federal.
Segundo o curador Sérgio Pizoli, a linguagem plástica de Paulo Sayeg se caracteriza pela profusão de elementos; entretanto, não atinge o excesso. Existe sempre a necessidade de utilizar muitos registros gráficos que vão se acumulando e se sobrepondo na definição das formas. Um grafismo irrequieto e pulsante, marcadamente pessoal, determina o clima contundente das soluções.
A exposição objetiva oferecer ao público uma mostra didática e significativa da produção de Paulo Sayeg, artista com atuação importante no cenário das artes plásticas paulistas desde a década de 1980, além de mostrar o modo preciso e de total domínio de desenhar do artista através de uma coleção de rara beleza estética. É uma oportunidade de conferir as ricas soluções plásticas de seus desenhos, onde há um sutil jogo de imagens que ora se revelam e ora se abstraem, criando atmosferas misteriosas.
A programação ainda conta com apresentações do artista, palestras sobre desenho e visita guiada que complementam o intuito didático da mostra.
Sobre o artista:
São Paulo, 23 de março de 1960 -Desenhista, pintor e programador visual teve suas primeiras lições de pintura aos oitos anos em Santos, onde passou a infância. Na adolescência, aprendeu litografia com seu tio, o pintor e ilustrador Alberto Garutti. Em 1973 mudou-se para a capital com a família e em 1979 iniciou um curso de sumiê com o professor Abe. Aos 21 anos, participa da primeira exposição coletiva e realiza a performance Lazarus (Carbono 14), gravada em vídeo. Fez sua primeira exposição individual em 1982, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade, em São Paulo. Trabalhou com publicidade, ilustração, desenho animado e programação visual. Em 1983, realizou a performance Animal Gestual II, nas ruas de São Paulo. Recebeu prêmio de melhor desenhista da Associação Paulista de Críticos de Arte APCA, em 1987. Em 1988, participou do debate Arquitetura e Arte, na Universidade Mackenzie, em São Paulo, e da palestra História da Arte Brasileira Contemporânea, em Brasília. Um ano depois participou do ciclo de palestras e workshops O Artista e seus Trabalhos, em São Paulo. Nos anos de 1991 e 1992, ministra cursos de desenho no Centro Cultural Cassiano Ricardo e no Centro Cultural Oswald de Andrade. Em 1995, começou a trabalhar como diretor de arte da Revista E, publicada mensalmente pelo Serviço Social do Comércio de São Paulo SESC /SP.
SERVIÇO:
Exposição Paulo Sayeg – Mikron
Abertura para convidados e imprensa: dia 15 de dezembro de 2012, às 11h
Visitação: de 15 de dezembro de 2012 a 24 de fevereiro de 2013
Horário de visitação: de terça-feira a domingo, das 9h às 21h.
Local: CAIXA Cultural São Paulo - Praça da Sé, 111 –Centro – São Paulo/SP
Informações, agendamento de visitas mediadas e translado (ônibus) para escolas públicas: (11) 3321-4400
Acesso para pessoas com necessidades especiais
Entrada: franca
Recomendação etária: livre
Patrocínio: Caixa Econômica FederaL
ASSIS CHATEAUBRIAND: PERFEITO NA LITERATURA POLÍTICA
Assis Chateaubriand foi um homem fascinante e polêmico. Fundou os Diários Associados – durante décadas – o maior grupo de comunicações do Brasil. De um lado, as qualidades inerentes aos grandes homens: inteligência, advogado competente, jornalista (escreveu 11.870 artigos no período de 1924 a 1968), espírito empreendedor, estilo visionário, pioneiro da TV no Brasil, fundador do MASP-Museu de Arte de São Paulo (onde implantou o “estilo” Chateaubriand), membro da Academia Brasileira de Letras, embaixador do Brasil na Inglaterra (1958-1960) e a presença forte em todas as áreas.
Do outro, a personalidade ambiciosa e dominadora, o chantagista, o tarado, o ladrão, o caloteiro, pirata de obras de arte – adjetivos que os desafetos cunhavam.
O seu fraseamento impecável cumpria duas finalidades: encantar ou intimidar. Dependia do caso.
Fernando Morais, no livro Chatô, o Rei do do Brasil – escreve:
“O médico e educador Miguel Couto (1865-1934), disse:
Embora nunca tenha produzido uma sílaba de ficção, Chateaubriand era um literato de calibre muito superior ao da maioria dos imortais da Academia’ “.
Escreveu, no contexto da literatura política, o livro Terra Desumana: uma crítica ao governo (1922-1926) do presidente Artur Bernardes. Esperto, lançou o livro após o término do mandato do presidente.
Wilson Martins, crítico literário, comentou: ”...livro mais devastador escrito contra Artur Bernardes ou , de fato, contra qualquer presidente brasileiro. É um dos panfletos mais brilhantes de nossa literatura política, escrito com inteligência vibrante e incomparável agudeza...”.
Fernando Morais, biógrafo de Chatô, relata:
“No velório de Chatô, o Diretor do MASP, Pietro Maria Bardi, expôs três obras de arte: A Banhista com o cão grifo, de Renoir, com os seios descobertos. Retrato do Cardeal Cristóforo Madruzzo, organizador do Conselho de Trento, do pintor Ticiano e o retrato de d. Juan Antônio Llorente, secretário da Inquisição espanhola, pintado por Goya.
Questionado pela cúpula dos Associados, Pietro Bardi disse a um dos diretores:
-Mas doutor, são as três coisas que ele mais amou na vida: o poder, a arte e mulher pelada”.
(Augusto Aguiar)
augusto-52@uol.com.br
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Livros apoiados pela FAPESP vencem Prêmio Jabuti
19/11/2012
Por Agência FAPESP –Karina Toledo
Um pacto velado entre senhores de escravos e políticos do Império prolongou por pelo menos 20 anos o tráfico de escravos no Brasil e submeteu ao cativeiro mais de 700 mil africanos que, à letra da lei, deveriam ter desembarcado no país como homens livres. A constatação foi feita pelo historiador Tâmis Parron no livro A política da escravidão no Império do Brasil: 1826-1865 (Editora Civilização Brasileira), vencedor do 54º Prêmio Jabuti na categoria “Ciências Humanas”. A obra foi publicada em maio de 2011 com apoio da FAPESP.
“Foram quatro anos de pesquisa realizada durante minha iniciação científica e mestrado, ambos na Universidade de São Paulo (USP), com orientação de Rafael Marquese e Bolsa da FAPESP”, contou Parron. A ideia inicial, acrescentou, era acompanhar os debates sobre a escravidão no Parlamento brasileiro sob o prisma dos defensores do cativeiro e do tráfico negreiro.
Durante o levantamento documental, feito nos arquivos da Assembleia Legislativa de São Paulo, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Parron encontrou diversas petições coletivas de senhores de escravos pedindo a anulação de uma lei de 1831 – quase 20 anos anterior à Lei Eusébio de Queirós, que proibiu o tráfico negreiro no Brasil – segundo a qual todos os africanos que desembarcassem no Brasil seriam considerados livres.
“A lei veio para complementar o tratado feito com a Inglaterra em 1826 no qual o Brasil se comprometia a abolir o tráfico de escravos em troca da intermediação inglesa pelo reconhecimento da independência brasileira”, contou o historiador. De fato, chegou a haver um declínio no tráfico negreiro entre 1831 e 1834, mas criou-se um arranjo entre os políticos imperiais e os senhores de escravos do Vale do Paraíba, sul de Minas Gerais, recôncavo baiano e zona da mata pernambucana para que a lei nunca fosse aplicada.
“A lei não chegou a ser anulada, pois a Inglaterra ao perceber o movimento começou a fazer pressão contrária. Mas foi suspensa a partir de 1835 e só voltou a ter validade após 1870, quando o sistema escravagista entrou em crise”, disse.
Graças a esse acordo, nos 15 anos seguintes foram trazidos ao Brasil cerca de 700 mil africanos. “Pela lei, seriam homens livres. Na prática, foram 700 mil homens escravizados. Foi o primeiro crime em massa cometido no Brasil após a independência”, destacou Parron.
Física e Química
Na categoria “Ciências Exatas” do Prêmio Jabuti 2012, o vencedor foi o livro Eletrodinâmica de Ampère (Editora Unicamp), de André Koch Torres Assis e João Paulo Martins De Castro Chaib.
A obra, de 589 páginas, é resultado do trabalho de pós-doutorado de Chaib, realizado no Instituto de Física Gleb Wataghin, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com orientação de Assis e Bolsa da FAPESP.
Na primeira parte, os autores fazem uma análise histórica do caminho percorrido pelo físico André-Marie Ampère para desenvolver a fórmula de força entre elementos de corrente. Realizam um resgate filosófico e histórico da construção da eletrodinâmica, trazendo debates e contribuições de outros cientistas da época, como Jean-Baptiste Biot, Michael Faraday e Siméon-Denis Poisson.
A segunda parte do livro traz a tradução integral e comentada da principal obra de Ampère: Théorie des Phénomènes Électro-dynamiques, Uniquement Déduite de l'Expérience (Teoria dos Fenômenos Eletrodinâmicos, Deduzida Unicamente da Experiência). Assis já havia sido contemplado com o Prêmio Jabuti em 1996 com o livro Eletrodinâmica de Weber (Editora Unicamp).
O segundo lugar na categoria “Ciências Exatas” de 2012 ficou com Química medicinal: métodos e fundamentos em planejamento de fármacos (Edusp), organizado por Carlos A. Montanari, do Instituto de Química de São Carlos, da USP.
O livro, que também contou com apoio da FAPESP, aborda de modo didático, ordenado e com referências bibliográficas atuais os fundamentos e os métodos da química medicinal moderna, ciência que congrega conhecimentos da biofísica, biologia molecular, bioquímica, clínica médica e outras áreas afins.
O conteúdo ajuda a entender os modos de ação de fármacos já existentes e busca facilitar o desenvolvimento da gênese planejada de fármacos, necessária para a descoberta de novas substâncias químicas bioativas.
Além de editar e organizar a obra, Montanari contribuiu com quatro de seus 19 capítulos. Os outros autores são Adriano Andricopulo, Eliezer Barreiro, Maria Goulart, Ivan Pitta, Quezia Cass, Albérico B.F. da Silva, Anderson Gaudio, J. D. Figueroa Villar, Marcia Ferreira, Magaly Albuquerque, Arlene Correa, Paulo Costa, Maria Fátima Silva, Andrei Leitão, Glaucius Oliva, Ricardo Bicca de Alencastro e Paulo C. Vieira.
Arquitetura e Comunicação
O segundo colocado na categoria “Arquitetura e Urbanismo”, Warchavchik fraturas da vanguarda (Cosac & Naify), de José Lira, também contou com apoio da FAPESP.
Com mais de 350 imagens entre fotos, documentos e projetos, a obra traz uma biografia do arquiteto Gregori Warchavchik, desde suas raízes ucranianas passando pela formação artística na Itália, até sua chegada em 1923 ao Brasil, onde atuou até os anos 1960.
Lira apresenta uma releitura do momento vanguardista, inserindo a obra de Warchavchik em um triângulo de forças com Mário de Andrade e Lucio Costa, como vértices do modernismo no Brasil.
Na categoria “Comunicação”, o primeiro lugar ficou com O império dos livros: instituições e práticas de leitura na São Paulo Oitocentista (Edusp), de Marisa Midori Deaecto, docente do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP.
Em segundo lugar ficou Repressão e resistência: censura a livros na Ditadura Militar (Edusp), de Sandra Reimão, professora da Escola de Artes e Ciências Humanas e do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da ECA-USP.
A cerimônia de premiação do Jabuti está marcada para 28 de novembro, quando serão anunciados os ganhadores dos prêmios de melhor “Livro de Ficção” e “Livro de Não Ficção” de 2012.
Concorrem ao prêmio de melhor “Livro de Não Ficção” os primeiros colocados nas categorias Teoria/Crítica Literária, Reportagem, Ciências Exatas, Tecnologia e Informática, Economia e Negócios, Direito, Biografia, Ciências Naturais, Ciências da Saúde, Ciências Humanas, Didático e Paradidático, Educação, Psicologia e Psicanálise, Arquitetura e Urbanismo, Fotografia, Comunicação, Artes, Turismo e Hotelaria e Gastronomia.
Mais informações: www.jabuti.com.br
“Histórias de canções – Tom Jobim” -
Lançamento dia 4/12 na Livraria Cultura - 19hs no Conjunto Nacional - Av Paulista 2073 - Bela Vista - SP
Chega às livrarias em novembro “Histórias de canções – Tom Jobim”, quarto livro da consagrada coleção que desvenda a vida e a obra de grandes nomes da música brasileira.
De autoria de Luiz Roberto Oliveira(natural Catanduva/SP) e Wagner Homem(natural/RJ) – mesmo autor de Histórias de Canções de Chico Buarque e Toquinho –, a obra mergulha nas letras de um dos criadores da Bossa Nova
A editora LeYa lança em novembro “Histórias de canções – Tom Jobim”, quarto volume da coleção que já esmiuçou as letras de Chico Buarque, Toquinho e Paulo César Pinheiro. Fruto da parceria do jornalista Wagner Homem e de Luiz Roberto Oliveira – músico e responsável pelo site Clube do Tom –, a obra destrincha as histórias por trás das canções de Tom Jobim: suas parcerias, suas composições e seu legado para a música popular brasileira.
Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim nasceu no bairro da Tijuca, em 1927. Um filho do Rio de Janeiro que jamais deixou a cidade sair de seu coração. Poderia ter sido arquiteto, mas a paixão pelo piano mudou o rumo de sua vida e consequentemente a história da MPB.
“Histórias de canções – Tom Jobim” mergulha nas histórias que marcaram e moldaram as letras das composições de Tom, narra sua trajetória e as grandes parcerias, dentre elas a que mais marcou nossa música, a com Vinicius de Moraes. A união do poeta e do gênio resultou em verdadeiros hinos da brasilidade e declarações de amor ao Rio de Janeiro que marcaram gerações.
Os autores contam, por exemplo, que originalmente a canção “Garota de Ipanema” foi composta para um musical de Vinicius que se chamaria Blimp e que ao contrário do que se pode pensar a canção brasileira mais executada no mundo não enriqueceu os compositores. Para “Corcovado”, a inspiração de Tom teria sido a vista de seu apartamento, na Rua Nascimento Silva, 107. O bar Veloso, que ele preferia chamar de Tom bar, foi cenário de mais uma grande história: foi no telefone deste bar que o próprio Sinatra ligou para Tom, e devido a esta ligação que nasceu o disco que elevaria o músico em definitivo para o âmbito mundial.
Grandes amores, belas mulheres, as paisagens de tirar o fôlego, a amizade e principalmente a música foram frutos para as composições de Tom Jobim – maestro, pianista, compositor, cantor, arranjador, mas, acima de tudo, brasileiro.
Em S.Paulo - Mia Couto: ativismo político também é feito com literatura 

Poeta, jornalista e biólogo moçambicano participou da luta pela independência de seu país
Sob a laje de um sobrado no Jardim São Luís, bairro de periferia na zona Sul de São Paulo, mais de cem pessoas se acomodavam para escutar atentamente e com confesso deslumbramento uma palestra informal do poeta, biólogo e jornalista moçambicano Mia Couto, autor de obras como “Terra Sonâmbula” (Cia. Das Letras, 1992 (1ª ed.), 208 pgs.), de passagem pelo Brasil para a divulgação de seu mais recente livro, “A Confissão da Leoa” (Cia das Letras, 2012, 256 pgs.).
Em meio aos populares do Bar do Zé Batidão, onde ainda participou de um sarau organizado pelo coletivo Cooperifa, na última quarta-feira (07/11), Mia parecia mais à vontade do que no dia anterior, quando conversou amigavelmente com um público mais elitizado, em uma sala de cinema do Conjunto Nacional, localizado nos Jardins, bairro ‘nobre’ da zona oeste. Nas duas ocasiões, conversou com a reportagem de Opera Mundi.
O perfil pacato e conciliador do escritor não esconde uma vida marcada pela militância, que começou nos anos 1970, quando participou da luta pela independência de Moçambique, quando se juntou à Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique). Hoje, desencantado, não participa mais da vida político-partidária do país (promete nunca mais voltar a se envolver com partidos), mas o ativismo está presente em suas atividades como jornalista, biólogo (dirige uma empresa de estudos sobre impactos ambientais) e, sem dúvida, em suas obras.
Ativismo político
“Política é um assunto tão sério que não pode ser deixado só nas mãos dos políticos. Temos de reinventar uma maneira de fazer política, porque isso afeta a nós todos. Faço isso pela via da escrita, da literatura, já que me mantenho jornalista e colaboro com jornais. Também faço intervenções como visitar bairros pobres onde as pessoas não recebem meu tipo de mensagem. Essa é a minha militância”, explica.
Atualmente, afirma manter uma distância crítica do governo, controlado pela Frelimo desde a independência, em 1975. Para ele, a proximidade entre o discurso e a prática do partido se distanciaram, mas afirma não haver ressentimento ou sensação de traição, pois considera que esse fenômeno se reproduz em todo o mundo. Ao contrário, se diz grato por seu tempo de militância partidária. “Fazer política hoje exige grande criatividade, temos de saltar fora de modelos, mas o modelo de fazer política faliu. Em todo o lado do mundo. Então é preciso reinventar, ter imaginação. Para ter imaginação é preciso sair fora dos padrões que vemos”.
Nascido António Emílio Leite Couto, filho de um casal de portugueses que já viviam há muitos anos no país africano, Mia cresceu em uma casa colonial na Beira, terceira maior cidade de Moçambique, em um meio rural e próximo do ambiente místico encontrado em algumas de suas histórias.
Fonte: Opera Mundi - 10/11/2012 - 09h00 | João Novaes | São Paulo
A CRÔNICA É A VERDADE DO INSTANTE
A Crônica, edição de 1987, Editora Ática, Série Princípios, é um livro pequeno, mas diz muito. Aliás, diz tudo. O formato é quase de bolso, espessura de alguns milímetros, mas o conteúdo é imensurável. No final do livro, além do Vocabulário Crítico, há outro recurso interessante: a Bibliografia comentada, excelente fonte de pesquisa.
Se uma parcela, apenas uma, dos livros didáticos, fosse escrita com a leveza e profundidade dessa obra, a meninada adoraria estudar. Jorge de Sá, autor do livro, transpira talento. Na época era professor de Literatura Brasileira da Universidade Federal Fluminense e crítico literário do Jornal do Brasil. O cara não só escreve a respeito da crônica, poetiza o tema. Leva-nos a percorrer os encantos desse gênero literário. Alguns excluíram-na dessa definição. Não são muito espertos.
Considerada um gênero menor, Jorge de Sá eleva a crônica à condição de célula mãe da nossa Literatura. A carta de Pero Vaz de Caminha é o documento vital dessa afirmação. Uma definição incabível, dirão os arianos dos gêneros literários. Então, vejamos:
“Indiscutível, porém é que o texto de Pero Vaz de Caminha é criação de um cronista no melhor sentido literário do termo, pois ele cria com engenho e arte tudo o que ele registra no contato direto com os índios e seus costumes, naquele instante de confronto entre a cultura européia e a cultura primitiva... A verdade da crônica é o instante.” – escreve o autor.
Chama a atenção para o fato da realidade – conforme a conhecemos, ou como é recriada pela arte – ser feita de pequenos lances.
“Estabelecendo essa estratégia, Caminha estabeleceu também o princípio básico da crônica: registrar o circunstancial. “” – ensina-nos.
E finaliza: “Nossa literatura nasceu, pois, de uma circunstância. Nasceu da crônica”.
Jorge de Sá mostra-nos que ela dirige-se a um público determinado. E disseca a questão: “Mas que público é esse? Sendo a crônica uma soma de jornalismo e literatura (daí a imagem do narrador-repórter), dirige-se a uma classe que tem preferência pelo jornal em que ela é publicada (só depois é que irá ou não integrar uma coletânea, geralmente organizada pelo próprio autor)...Daí a necessidade de transferi-la do jornal para o livro. Nessa transposição, é claro que o escritor está buscando fazer da tenda precária e cigana uma casa sólida e mais duradoura.”.
Essa ritualização encena uma série de detalhes e é uma das suas características. No jornal, tropeça no limite dos espaços disponíveis. Então, deve ser escrita da maneira mais breve possível. “É dessa economia que nasce a sua riqueza estrutural.” – explica-nos Jorge de Sá.
Os tipos urbanos povoam a crônica, diz ele. Cita um trecho – entre muitos - de uma crônica de Fernando Sabino: “Não estamos sós”.
“...Sabino nos fala da solidão de dois amigos que se embebedam apoiados no jogo da linguagem: a dipsomania - impulso periódico e irresistível pelo álcool - existe quando a pessoa bebe sozinha, e , como os dois estão juntos, poderão curar a ressaca bebendo outra cerveja. A partir do título da crônica – ‘Não estamos sós’ – o escritor brinca com as palavras, exatamente para mostrar a solidão disfarçada em etílica (alcoolizada) solidariedade. Que também traz em si um pouco de poesia. Afinal, o poeta que vive bebendo pelos bares da cidade, alongando o caminho de volta para a casa, é outro tipo urbano”.
Remete-nos a outras crônicas: “Ladainha”, de Lourenço Diaféria, por exemplo: “Dizem que vão faltar os fatos, todo mundo corre a procurar boatos. Agora: quando dizem que vai faltar vergonha, ninguém se toca. Está todo mundo acostumado”. Apostando que o diagramador deste jornal possa gostar de crônicas, vou arriscar mais alguns centímetros quadrados. Convido-o a ser meu cúmplice. Mas não me diga: - A crônica não é uma prosa rápida? Lourenço Diaféria – ainda na crônica “Ladainha”- revela, segundo Jorge de Sá, a sua relação com a cidade de São Paulo: “Tal conhecimento se adquire lentamente, porque a cidade – esta cidade de que o editor quer que eu fale – se entrega aos poucos, dificilmente de todo, e só após muita convivência e muita paquera é que ela realmente se abre em dengos e carinhos. E como é caprichosa!”. Cá pra nós: é um dos gêneros mais lidos. Os que a discriminam como um gênero menor, querem o quê ? Relembrando: “Nossa literatura nasceu da crônica”. (Augusto Aguiar – 27/10/2012)
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credito foto: brasilescola.com
Escrever é cortar palavras. Essa frase e Graciliano Ramos são inseparáveis. Ele dizia: “A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer”.Aurélio Buarque de Holanda definiu o estilo de Graciliano: “Escreve como quem passa um telegrama, pagando caro por palavra. Nele nada se perde e nada falta”.
Oscar Pilagallo – editor da revista EntreLivros (título já fechado) –também abordou a forma de Graciliano escrever: “Como escritor, ele tinha dois trabalhos: fazer e desfazer o texto. O primeiro era mais fácil. A sua grande arte residia no segundo. Quando não havia mais uma vírgula que pudesse ser jogada fora, o livro estava pronto”. E acrescenta: “Não se pense, porém, que o mesmo estilo levasse a resultados semelhantes”. Ou seja, as obras de Graciliano não se repetem sob um mesmo método fixado.
Cada um dos seus romances são diferentes. O crítico Otto Maria Carpeaux dizia que Graciliano era um “clássico experimentador”. Para ele, cada obra também era um tipo diferente de romance. Carpeaux, então, explica: “Caetés é de um Eça de Queiroz brasileiro; São Bernardo tem algo de um Balzac rural; Angústia antecipa o novo romance e Vidas Secas lembra certos contistas russos, Babel por exemplo”.
Essas afirmações levam-nos a uma analogia: Graciliano teria mais a ver com esses escritores do que com os da Semana da Arte Moderna de 22. “Um autor usualmente associado ao regionalismo, mas que na verdade é um dos escritores mais inclassificáveis da literatura brasileira.”, prefere defini-lo Manuel da Costa Pinto, jornalista e crítico literário. O seu romance psicológico apenas “parecia” regionalista. O romance psicológico revela a identidade psicológica do narrador-protagonista, o seu jeito de enxergar e sentir o ambiente que o cerca. A forma de expressão dá-se pelo monólogo interior. Portanto, através do foco narrativo em primeira pessoa.
Graciliano, então, remete as suas vivências para a literatura: “Minhas personagens não são seres idealizados, e sim homens que eu conheci. Todos os meus tipos foram constituídos por observações apanhadas aqui e alí, durante muitos anos. É o que eu penso, mas talvez me engane. É possível que eles não sejam senão pedaços de mim mesmo e que o vagabundo, o coronel assassino, o funcionário e a cadela não existam”. Carpeaux arremata: “O lirismo de Graciliano Ramos é amusical, adinâmico: é estático, sóbrio, clássico, classicista [...] Não quer dissolver o mundo agitado, quer fixá-lo”.credito foto:brasilescola.com
O seu estilo era comparado à semelhança do mandacaru. Oswald de Andrade dizia que: “Graciliano Ramos é um mandacaru escrevendo”. Comparação perfeita. A planta típica do sertão floresce exatamente na seca. Entre os seus espinhos surge uma flor branca, de textura delicada. Assim era a forma de Graciliano escrever. A sua concisão lírica cabe num átomo.
(Augusto Aguiar)
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